muqui - Famílias Italianas no Espírito Santo

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MUQUI
         
         No Muqui, os primeiros imigrantes italianos chegaram entre 1888 e 1889.

Aí, localizamos as seguintes famílias.


Aja Albertini Baldi Barbieri Battisti Battistoni Bettero Bevilacqua Bianco

Bigli Bigosi Bonavigo Bressani Brochi Brossi Brum Budieste Caetano

Cassachini Chioto Conteli Curcio Dante De Lorenzo Espósito Esquinicalha Ferrari

Flui Frentin Giorlani Girondi Giudicci Gualandi Guarino Joaneli Lettieri Livio

Luparelli Lupicini Magnaboschi Malon Mariote Masteleti Meloni Mori Padela Pastor

Pavani Pervona Pessini Picalli Poggian Pongian Porcari Pôster Rambulducci Reoli Ricci

Richardelli Ronato Salucci Siano Sinis Suman Sunian Tâmara Tedoldi Tuan

Valli Vanini Ventura

A Sra. Assunta Tamara, que nos deu grande parte dessa relação, disse que saiu da Itália, no vapor Assírio no dia 12 de setembro de 1889 e chegou ao Brasil, a 2 de novembro. Houve dessaranjo nas máquinas, o que motivou a baldeação dos passagei ros, para o Bearme e, deste, para o Provence. Isso em alto-mar!...

O Sr. José Bettero, ofereceu-nos extensa e valiosa colaboração. Contou-nos que seu genitor, Augusto Bettero, saiu de Genova, a bordo do veleiro Las Palmas, a 10 de outubro de 1889, e chegou à Barra do Itapemirim, a 15 de novembro, onde ele e seus companheiros se viram diante de grande agitação, em consequência da Proclamação da República. Os fazendeiros eram, uns, monarquistas, outros, republicanos ardorosos, e levaram para ali grande quantidade de armas (espingardas, trabucos, foices, facões ,peixeiras etc) , que eram distribuídas aos Imigrantes, alheios à situação e, portanto, sem compreender sua finalidade!...

Alguns recusavam receber essas armas e eram duramente castigados.

Que impressão dolorosa tiveram!

Entretanto, muitos deixaram a Itália justamente porque lá existia a falta de tranquilidade, com o anarquismo e as guerras da Tripolitania e a Eritréa! Tiveram, assim, a pior Impressão ao pisarem no solo brasileiro, onde buscavam a paz.

Segundo o relato do Sr. José Bettero, Pedro Pavani, pirotécnico invulgar, legou a profissão aos filhos e netos. Até as crianças trabalhavam com a pólvora, sem nenhum temor. Além disso, Pedro Pavani organizou uma fábrica de macarrão.

A colônia Italiana, no Muqui, deu ao Espírito Santo filhos ilustres, como, dentre outros, o primoroso poeta, médico e deputado estadual Mileto Rizzo, o ex-Prefeito Luis Siano, o Jornalista Sebastião Tamara, o Sr José Bettero, igualmente ex-Prefeito do município.

Ao final deste pequeno registro da colônia italiana em Muqul, devemos ressaltar o mérito de uma figura singular, talvez já olvidada, porque modesta e sem descendência: Domingos Amado, cuja Influência, no seu tempo, se estendia à todo o Sul do Estado.

Veio, adolescente ainda, para o Brasil e, com seu trabalho perseverante, de par com a ordem e a economia, tornou-se forte comerciante, além de proprietário de diversos imóveis, em Ponte do Itabapoana e outros lugares, até São José do Calçado, onde contava com uma propriedade agrícola. E, como representante de quatro casas atacadistas, do Rio de Janeiro, viajava, com tropa e canastras de amostras, pelo Norte do Estado do Rio e o Sul do Espírito Santo.

Capitalista, Domingos Amado possuía Apólices da Dívida Pública Federal, e de Ações de Estradas de Ferro, e de várias companhias. Sabia empregar o dinheiro. E muito concorreu para o progresso do Sul do Estado.

Assim organizado, lembrou-se dos parentes, na Itálla, e convidou-os para o Brasil, motivo por que Caetano Giuseppe e Maria Antonia Amato deixaram Salermo, Província de Nápolis. Casaram-se, em 1888, e viajaram logo, para encontra-los. Vieram, em companhia de suas genitoras viúvas: Benedetta Muzarelli e Rosa Emagliana Amato.

Chegados à Barra do Itapemirim, seguiram para a Ponte do Itabapoana, onde Domingos os esperava, para encaminha-los e uma propriedade agrícola, que lhes destinara, em São José do Calçado, com todas as provisões necessárias ao começo da nova vida.

Aí, nasceu Vicente Caetano, a 31 de março de 1889. Era o primogênito.

Cinco anos depois, para que o menino pudesse educar-se, em meio mais adiantado, Giuseppe, agora José Caetano, mudou-se para Bom Jesus, onde, sempre auxiliado pelo cunhado Domingos, abriu casa comercial. Deu-se, então, uma prova da energia e da coragem da mulher italiana: Rosa Amato assumiu a direção do sítio. Sozinha, porque Benedetta havia falecido.

A família crescia: Domingos, Antonio, João...

Mas, a propriedade de Domingos Amado e o seu entusiasmo pela vida recebiam golpes, desses inesperados numa existência feliz!...Faleceram Rosa Amato, além de sua esposa e suas filhas, estas numa epidemia de cólera, no Rio de Janeiro. Desolafdo, ele tudo liquidou: os negócios e as casas, no Itabapoana. Encerrou as viagens comerciais, vendeu os prédios e transferiu-se para São João do Muqui.

Viajou à Itália.

No regresso, apegou-se ao sobrinho Vicente, para educa-lo com os melhores recursos da época. E adquiriu a grande fazenda Santa Glória, uma das mais prósperas do Sul do Espírito Santo, naquele tempo, quase totalmente colonizada de italianos que, operosos e metódicos, foram-se tornando independentes, com seus próprios sítios.

Domingos Amado e José Caetano entraram na história do Muqui , porque a família, sempre unida, veio reunir-se na fazenda Santa Glória. José retirou-se de Bom Jesus do Itabapoana e assumiu a direção da fazenda, enquanto Domingos, assim confortado, animou-se a retornar à atividade de capitalista, que lhe assegurou forte prestígio, no Sul do Estado, e largo círculo de relações sociais. Em Cachoeiro do Itapemirim, por exemplo, valeu a muita gente apertada da vida. Aí, em São Felipe, Mimoso do Sul,

Muqui, sua roda contava homens de prestígio político e social: Marcondes Alves de Sousa, Manuel Alves de Barros Junior, seu advogado, Jerônimo e Bernardino Monteiro e o forte da colônia italiana: Rafael de Bianco, Angelo Ferrari, Augusto e José Bettero, Francisco Siano, José Curcio, Augusto Tamara, Gregório e José Rambelducci, Siro Tedoldi e outros.

Mas, esse homem, cuja influência econômica e social registramos para que sua memória se perpetue como fator do progresso entre os italianos que vieram para o Espírito Santo, jamais se recuperou completamente do golpe sofrido com a morte da esposa e das filhas!... O dinheiro não o consolava!... Outra viagem à Itália, com esperança de recuperação da saúde, foi improfícua! Em 1910, estava paralítico e cego. A 28 de fevereiro de 1911, faleceu, aos 60 anos incompletos.

Sua vida foi toda de trabalho e voltada ao bem dos que se lhe aproximavam.

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