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⚫ IÚNA
Lugar verdadeiramente ermo, privado de qualquer assistênci médica, policial ou administrativa, era o Rio Pardo (hoje lúna), conhecido como homizio de criminosos e desocupados. A mata fechada, com o perigo de animais selvagens e homens entregues ao triste destino do crime. Sem alma... E sem Deus... Era o Rio Pardo daquele tempo!... Ali chegaram alguns imigrantes italianos, como Dionizio Pagani e sua esposa, Dª Marcelina, com os filhos pequenos, Alfredo e Domingos. Enfrentaram o duro da situação. As pessoas amigas, dizia o Sr. Pegani: "Só não me retirei daqui, porque não tive recursos para regressar à Itália
Com o decorrer dos anos, a situação melhorou e outras famílias foram chegando. Registramos, ainda as seguintes famílias:
Amigo – Carlomano – Oggiono – Pevidor – Poncio – Salerno – Saleto – Scardini –
Scossulini – Vivacqua
Dentre as famílias aí estabelecidas, distinguiram-se as De Biase, Lofego e Vivacqua. Vicente De Biase veio ao Brasil, como turista, quatro vezes. A primeira vez, aos seis anos de idade; outras, depois de adulto.
Finalmente, estabeleceu-se no Rio de Janeiro, com pequena indústria de massas alimentícias, em 1906. Transferiu-se, depois, para o Espírito Santo e, no Rio Pardo, montou uma loja de tudo.. como se usava naquele tempo, desde ferramentas agrícolas até roupas feitas.
O Sr. Vicente De Biase era de Castellucio Superiori, hoje, parte da Província Italiana de Luccania, na époqa, chamada Basilicata. A família era proprietária de uma mercearia. Casado com a Sra. Teresa Rossi De Biase, tinha os seguintes filhos: Nicolau, Carmo, Pietrangelo, Vicente e Maria Inês, todos nascidos na Itália. Com a transferência da família , em defititivo, para o Brasil, Pietrangelo ficou interno, para completar seus estudos, no célebre Seminário de Monte Cassino, baluarte da cultura Beneditina. Veio, depois, e no Espírito Santo, casou-se em 1910, com Mariana Vivaqua. O casal teve nove filhos: Carmem, Margarida, Lícia, Lourdes, Terezinha, Maria Inês, Ângela e Pedro. Todos estudaram e se formaram. Licia, hoje de Biase Bidart, dedicou-se á música é compositora de grande valor.
Maria Inês de Biase fez-se religiosa da Congregação de São Vicente de Paulo e exerceu o cargo de Superiora, durante trinta e cinco anos, em diversas Casas de irmãs de caridade. Faleceu, a 20 de março de 1975, no Rio der Janeiro, aos oitenta anos de idade.
Rafael d'Arnico, em 1872, veio, por conta própria, morar em José Pedro, onde se casou. Pouco depois, chegou ao Brasil José d'Amico e se estabeleceu no Rio Pardo (Iúna) .onde se casou com Petronilha lacerda de Paula. Irmãos d'Àmlco naturalizaram-se brasileiros, com o sobrenome Amigo.
José Amigo prosperou rapidamente, com a loja muito bem montada: fazendas e armarinho, armazém de secos e molhados, negócios de café, cereais e gado. Mas, como todos os ricos daquele tempo, pensou em transferir-se para O Rio de Janeiro. Em 1897, vendeu a casa comercial a um comerciante que, temendo, de certo, sua concorrência inteligente, impôs-lhe a condição de afastar-se do lugar. Tudo resolvido,
faltava somente a liquidação do gado, quando chegou a notícia da falência do Banco no Rio de Janeiro, no qual o nosso herói havia depositado seu dinheiro conseguido à custa de enorme esforço!... Desanimar nunca! José Amigo vende o gado e, com o valor conseguido transfere-se para São João de Alfredo Chaves, onde recomeça a vida: loja de fazendas e armarinho, secos e molhados. compra de café e gado.
Recuperou-se logo e construiu ótima casa para sua família. Viajou à Europa e fazia estações de águas em Araxá-MG. Foi um exemplo de trabalho e força de vontade e confiança na vida.
Do seu casamento. vieram-lhe doze filhos: Julia. Antonio, Sebastião, Julieta, Brás, Narciso, Maria da Conceição, Olinda. Lina, Iracema, Ilma e José. As filhas educaram-se no Colégio N.Sra Auxllladora, em Vitória.
Em 1879, chegaram ao Rio Pardo, agora Iuna, Francisco Antonio Lofego e sua mulher, Rosa Amigo Lofego, acompanhados dos filhos José, Brás e Nobila, todos de Castelluccio Superiori, na Região de Potenza. Dedicaram-se á lavoura e , depois, ao comércio de café.
José Antonio Lofego ( Lofego Giuseppe ), naturalizado brasileiro, foi político e exerceu os cargos de Prefeito, Presidente da Câmara Municipal, Vereador. Construiu o prédio da Prefeitura de Iúna. Mas, além de adiministrador eficiente, muito apreciava a música: organizou bandas de música e todos os seus filhos tocavam um intrumento musical. Apesar das dificuldades do transporte, em picadas primitivas, mandou trazer, do Rio de Janeiro, um piano importado da Itália. Vinte e oito homens a pé, o carregaram, nas costas, do Castelo ao Rio Pardo ( Iúna ).
Brás Antonio Lofego voltou-se, igualmente a política. Ccomo vereador, ocupou a Presidência da Câmara Municipal de Iúna.
E os filhos de ambos entraram na política....
Como, em geral, todos os italianos, os Lofego eram extremados na educação dos filhos, apesar do sacrifício, ante a falta de colégios na região. As meninas, algumas, vieram para o Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Vitória. Desse modo, concorreram para a elevação da cultura no lugar. Suas filhas casaram-se com intelectuais: Desembargadores, Juizes de Direito, Promotores de Justiça, Médicos, Engenheiros, Professores etc..
E os filhos elevaram-se, igualmente, na cultura. Entre eles, Eliseu Lofego tem várias obras publicadas e outras inéditas. Foi Vereador e Presidente da Câmara Municipal de Cachoeiro do Itapemirim, Secretário do Interior e Negócios da Justiça do Estado do Espírito Santo, no segundo Governo do Dr. Francisco Lacerda de Aguiar, quando se firmou, a 15 de setembro de 1963, o acordo de limites do Espírito Santo com o estado de Minas Gerais. O Dr. Eliseu Lofego atuou brilhantemente nessa passagem histórica , para a qual apresentou erudito Parecer e organizou todos os documentos, que subscreveu.
É membro da Academia Cachoeirense de Letras. E entre seus trabalhos, podemos destacar: Vocabulário do Ministro Orozimbo Nonato, Cidades Brasileiras-Origem dos Nomes, Acordo de Limites entre os estados do Espírito Santo e Minas Gerais, Direito Municipal, Crime de Responsabilidade dos Prefeitos, Direito dos Vizinhos nas Construções, e muitos outros.
Moacir Lafego, dentista, é autor do trabalho original: A técnica Lofego: Anestésia Truncular.
Ofélia Lofego Gadelha é poetisa, autora de In Memoriam, além de muitos trabalhos em jornais e revistas da Bahia, onde reside.
Sergio Gonçalves Lofego, cronista, escreveu em todos jornais do Sul do Estado. Tem vários livros inéditos. É professor e, atualmente dedica-se apenas a profissão, Promotor de Justiça, em Cachoeiro do Itapemirim.
Alda Lofego Monteiro de Castro, cronista, pintora de renome internacional, expondo na Europa, tem os seguintes livros publicados: Boneca de pano e Ternura de Nana.