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⚫ CACHOEIRO DO ITAPEMIRIM
Em Cachoeiro do Itapemirim, a imigração Italiana ter-se-ia Iniciado em 1886, mais ou menos, e recruscedeu a partir de 1888. Entretanto, já em 1884, existiam italianos na Vila, chegados avulsos e, talvez, espontaneamente.
Segundo a Sra. Eugenia Volpato, que veio em 1888, ela, seus pais, oito irmãos e o avô, embarcaram em Genova, no vapor Mario. Viagem péssima, sem nenhum conforto, prejudicada com o desarranjo das máquinas, em alto mar!... Quase um naufrágio!... Na sua família, vinha um ancião de noventa anos. Atacados de sarampo, foram recolhidos ao hospital, quando chegaram a Vitória, após trinta e três dias de viagem. Chegaram a 1º de janeiro de 1889.
O chefe da família, Domenico Volpato, procurou logo emprego ou trabalho, para melhora da situação. Ganhava oitenta centavos diários, dinheiro forte.
Destinavam-se estes imigrantes e outros da relação abaixo, a Cachoeiro do Itapemirim. Viajaram, por mar, até a Barra do Itapemirim; depois, a pé rumo à cidade, com o velho nonagenário e crianças até dois anos!... Os que destinavam a fazenda Monte Líbano foram transportados em carros-de-bois e recebidos com todos os recursos e o melhor tratamento, para o início da vida do Brasil. Estabeleceram-se ali as famílias:
Agostinho Scatamburlo Giorgio Stefanato Ângelo Matiello
Giuseppe Lugatto Antonio Galiazzo Pascoal Meiatto
Domenico Volpato Vitório Campagnaro
Em 1894, vieram novos imigrantes para a mesma região, fascinados pelas felizes dos patrícios, Integrados já na vida do Brasil. Chegaram nesse ano, e dentre essas novas famílias, destacaram-se os:
.Bremede
.Fardim
.Maitan
.Tramontini
Desta vez, subiram em pranchas, para Cachoeiro. Já existia, então, Hospedaria de Imigração, na cidade, onde os imigrantes se recolheram, até que os carros-de-bois viessem buscá-los.
Todos esses imigrantes viajaram da Itália, em consequência da autorlzação passada a Antonio de Sousa Monteiro, a 11 de julho de 1888, pelo Ministério da Agricultura, para que recebesse vinte famílias italianas em suas terras. Antonio Monteiro era o primogênito de Francisco de Sousa Monteiro e Henriqueta Rios de Sousa, fundadores e proprietários de Monte Líbano. Assumiu a direção da fazenda, após a morte do seu genitor, a 2 de abril de 1887.
A colônia particular do Monte Líbano progrediu. Alguns colônos juntaram suas economias e compraram terras, onde se estabeleceram, como, por exemplo, Domenico e Angela Volpato, na Cobiça. Eram de Treviso, na Itália. Aliás, essa família conquistou logo a simpatia dos fazendeiros, que tomaram a jovem Eugenia Volpato para o serviço doméstico da casa-grande. Tornou-se querida das moças da casa.
Atualmente, poucos descendentes de Domenico e Angela Volpato dedicaram-se agricultura. São militares, médicos, engenheiros, odontólogos, advogados, professores e acadêmicos, os mais novos. E a propriedade da Cobiça, foi vendida. Aí o velho Volpato havia construído um engenho de fubá, todo de madeira, e que ainda existe. Aliás, Domenlco Volpato era especialista em construção de barcos e tonéis, para depósito de aguardente.
Conta-se que, quando os Volpato estavam no Monte Líbano chegou o órgão, encomendado da Europa, destinado à matriz do Senhor dos Passos, no Cachoeiro, construída pela família Sousa Monteiro. Estava, porém, desafinado. E não havia quem o consertasse. Logo, o jovem Vitório, filho de Domenico, embora sem conhecimento de música, ofereceu-se para resolver o caso, então difícil. E conseguiu realizar o trabalho. Além disso, compôs a música da inauguração do órgão, e que foi cantada por ele e os irmãos.
Vitório Volpato exerceu a profissão de agrimensor, apurada no convívio com os engenheiros, que passavam na cobiça, em trabalhos da Estrada da Estrada de Ferro Sul Espírito Santo.
Entre os italianos do Monte Líbano, Tramontini – o velho – era hortelão, jardineiro, sacristão e remador. Tinha dois filhos: Francisco, marcineiro e carpinteiro. Fazia os esquifes, em caso de mortes na fazenda, onde havia uma provisão de setineta preta, com estrelas douradas, fechaduras, alças, dobradiças e galões dourados. Francisco preparou o esquife do Cel. Antonio Monteiro. O outro filho de Tramontini era José, cego, educado no Instituto, no Rio de Janeiro. Pianista admirável. Tinha, no quarto, um espelho, diante do qual amarrava a gravata. Antes, passava a mão, no cristal. Confortadora ilusão!...
Mas, além da colônia do Monte Líbano, outros núcleos de italianos se formaram no Município de Cachoeiro de Itapemirim: Burarana, por exemplo, lugar notável pela original Pedra da Ema.
Seus fundadores foram Giuseppe Gava e Luigi Salvatore, em 1913. Reuniram outros colonos, que ali se fixaram, como Luigi Gava, Antonio Batistini, João Grillo, Giuseppina Perim e Maximiliano Tedesco. Vieram de Matilde.
O decreto nº. 16, de 2 de junho de 1892, havia criado, em Cachoeiro, o lugar de encarregado da recepção, do agasalho, tratamneto médico e chefe da hospedaria, para a distribuição de imigrantes.
Além das famílias acima relacionadas, registremos, ainda em nossas pesquisas:
Agostini André Atoé Barbieri Bardi Barelli Bolsan Bressan Brum
Cagnin Cantelli Canzian Catalvo Ceruti Cimadon Cinoto Cocati Contarini
Cossi Dardengo Daros De Martini De Pra Ferraço Ferrari Finamore Fornazier
Gasparini Gobbi Malacarne Mariani Mignoni Passareli Petinelli Pizzeta
Regattieri Romanelli Rosa Saleto Sasso Scaramussa Schiavini Semprini
Silvano Travessani Venture Vivacqua Volpini Zambon Zarzanelli Zucolatto
Em 1875, chegavam seis famílias italianas a Virginia Velha, no alto, e, como todos seus patrícios, levantaram, logo, uma capela dedicada a Santo Antonio. Ao lado, fizeram um cemitério.
O lugar prosperou, até que, em 1885, algumas famílias mudaram-se para a parte baixa e lhe deram o nome de Virginia Nova. Com o advento da Estrada de Ferro Leopoldina, uma estação veio animar o lugar e recebeu seu nome Virginia. Em seguida, criou-se o Distrito, Instalou-se uma Agência do Correio e abriu-se um Cartório. Era o progresso... E Virginia, em 1944, passou à denominação de Jaciguá.
De acordo com as informações do Sr. Afonso Altoé, Virginia e Boa Esperaça formavam a Fazenda Santo Antonio. Os construtores da Estrada de Ferro Leopoldina deram o nome de Boa Esperança á região que vai do Morro do Sal até o fim do Córrego Boa Esperança, que conservou esse nome, apesar de o lugar ter retomado o nome de Virginia. Mas, Boa Esperança tinha sua razão de ser: abastado fazendeiro, o Sr. Agostinho Prates era o dono da enorme área que que abrangia a Jaciguá atual até o Morro do Sal. Tudo era mata virgem, até Cachoeiro. Mas, em 1898, José Altoé veio de Matilde, abriu derrubada e preparou o lugar, com pequeno barraco, para a família. Foi o desbravador de Jaciguá.
No ano seguinte, chegou a família Sossai, que se instalou em Funil.
Mas, não foram invasores. Adquiriram lotes da grande Fazenda Boa Esperança, porque em conseqüência da Abolição, o propritário ficou sem braços para o trabalho. Seguiu a norma de outros fazendeiros, retalhou suas terras.
Em 1900, mais ou menos, chegou Antonio Altoé, filho de José, já referido e fincou primitivo barraco, porque seu pai já havia transferido para cima. E a família foi-se reunindo, com a chegada de André Altoé e seu velho genitor, Ângelo. Veio, João Altoé, que abriu o restante da mata.
A fazenda continou a ser retalhada. Em 1905, Pedro Agrizzi e seus filhos Pedrinho, José, Josefa, Maria (religiosa) e outros da numerosa família, adquiriram mais uma parte da fazenda e concorreram, assim, para aumentar o povoamento do lugar. Mas, houve uma pausa, até que, em 1907, ou 1908, chegaram pelo Oriente as famílias Dezan, Danzi, De Angell , Pesca e outras.
O comércio resumia-se a uma venda, em Cachoeirinha. Pertencia ao Sr. Antonio Penedo. E duas em Cachoeiro, da família Tanure. Para as compras nessas casas, os moradores iam, através de uma picada na mata, viagem de quatro horas a cavalo, munidos de machado e foice, que ficavam guardados com um fazendeiro, no meio do percurso. Era uma providência para que, se caísse uma árvore, ou mesmo um galho, na estrada, até aí primitiva, o cavaleiro pudesse desobstruí-la e regressar para sua casa.
De Vitória a Cachoeiro do Itapemirim, a Estrada de Ferro Sul do Espírito Santo, depois Leopoldina, chegava até Matilde. Dai para diante, ia-se a cavalo, com a parada em Virginia, na casa do Sr. José Altoé, onde tomavam a refeição e, quase sempre, pernoitavam, quando não preferiam o pouso em Alfredo Chaves. Isso durou até 1910, ano da inauguração do trecho Cachoeiro-Matilde, no Governo Jerônimo Monteiro.
A Estrada de Ferro muito concorreu para o progresso da região, em consequência do escoamento do café e da madeira. Muitas famílias para ali vieram e se estabeleceram em Limeira, Qriente, Paraíso.
Com a chegada dos Salesianos, porém, tudo se transformou, animado pela Cooperativa, em Janeiro de 1952, sob a gerência do Sr. Afonso Altoé, que, mensalmente, ia ao Rio de Janeiro fazer compras e trazia bom sortimento em caminhão. Dizem que o material mais vendido constava de máquinas de costura e panelas de ferro.
Em janeiro de 1888, chegaram, no Maria Pia, trezentos imigrantes à Vitória, Itapemirim e Anchieta. Desses Imigrantes, cento e cinqüenta e sete foram para a fazenda São Torquato, em Vila Velha, e vinte, para a do Dr. Armindo Guaraná, em Santa Cruz.